É isso mesmo: enquanto milhões de pessoas esperam meses por um exame, alguém levou um boneco realista — um brinquedo — para ser vacinado, pesado e medido por profissionais da saúde. E o pior: houve quem permitisse.
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A primeira reação de muita gente é dar risada. Mas, olhando bem, essa situação é um retrato claro de como as prioridades estão viradas do avesso.
Como é que chegamos ao ponto de precisar de uma lei pra dizer o óbvio? O sistema de saúde pública, que deveria ser voltado a salvar vidas reais, agora precisa se proteger de absurdos assim?
Isso revela um problema sério: a mistura de alienação com falta de bom senso. E, por trás disso, está algo ainda mais profundo — o desprezo pelo coletivo. Quem faz esse tipo de coisa não está só brincando com um boneco... está zombando do tempo dos profissionais da saúde, dos recursos públicos e, principalmente, da dor de quem está na fila esperando atendimento de verdade.
Num país onde as emergências vivem lotadas, onde crianças reais sofrem por falta de pediatras, onde mães não conseguem marcar consultas para seus filhos, usar o sistema público pra alimentar uma fantasia pessoal ultrapassa todos os limites do razoável.
E quando o poder público precisa gastar tempo e energia pra escrever leis impedindo isso, a sensação é de que estamos todos num teatro do absurdo.
Mas será que é só isso?

Ou esse episódio é só mais um sintoma de uma sociedade cada vez mais individualista, onde a realidade dá lugar à fantasia — e onde o bom senso virou artigo raro?
A verdade é que não se trata só de um boneco. Trata-se da forma como tratamos a coisa pública. Do valor que damos ao coletivo. Da responsabilidade que temos uns com os outros. Se começamos a achar normal esse tipo de situação, estamos perdendo o senso de limite. E, quando não há limite, tudo vira motivo de lei, controle, regra... até o óbvio.
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