Na costa sul da Inglaterra, um projeto inovador chamado SeaCURE está testando uma nova forma de combater o aquecimento global: retirar o gás carbônico (CO₂) da água do mar. Financiado pelo governo britânico, o programa piloto busca soluções para reduzir os gases que causam o efeito estufa.
O SeaCURE funciona capturando a água do mar e tornando-a mais ácida, o que libera o CO₂ presente nela. Esse gás é então extraído e armazenado com a ajuda de materiais como cascas de coco carbonizadas. Após esse processo, a água é neutralizada e devolvida ao mar, pronta para absorver mais CO₂ da atmosfera.
Segundo os responsáveis pelo projeto, a água do mar contém cerca de 150 vezes mais carbono do que o ar, tornando essa abordagem potencialmente mais eficiente do que capturar o CO₂ diretamente da atmosfera. Atualmente, o SeaCURE remove até 100 toneladas métricas de CO₂ por ano, equivalente às emissões de aproximadamente 100 voos transatlânticos.
O objetivo é expandir essa tecnologia para processar 1% da água do mar globalmente, o que poderia remover até 14 bilhões de toneladas de CO₂ anualmente. Para isso, seria necessário utilizar fontes de energia renovável, como painéis solares em plataformas flutuantes.
Pesquisadores também estão estudando os possíveis impactos ambientais dessa técnica. Experimentos iniciais indicam que grandes volumes de água com baixo teor de carbono podem afetar organismos marinhos, como mexilhões e fitoplâncton, que dependem do carbono para funções vitais. Medidas como a diluição prévia da água tratada estão sendo consideradas para mitigar esses efeitos.
O SeaCURE é um dos 15 projetos apoiados pelo governo do Reino Unido, que investiu cerca de 3 milhões de libras (aproximadamente R$ 23 milhões) na iniciativa. Autoridades britânicas destacam a importância de tecnologias verdes como essa para alcançar a meta de emissões líquidas zero e impulsionar a economia com empregos qualificados.
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